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Mastite: sintomas e como evitar

Dr. Giuliano Tosello Mastologista que atua na prevenção, diagnóstico e tratamento do câncer de mama

A mastite é um problema bastante comum nas mães que estão amamentando. Ela consiste na inflamação da mama, que pode vir acompanhada de infecção. Estima-se que cerca de 10% das lactantes sejam acometidas por essa condição e, segundo a OMS, de 74% a 95% dos casos, ela surge dentro das primeiras 12 semanas após o parto, fazendo com que muitas mães deixem de amamentar antes do que gostariam.

O problema pode ocorrer por conta de uma infecção bacteriana, ou seja, quando as bactérias penetram na pele lesionada, ou devido a uma obstrução nos dutos de leite, causando um acúmulo na mama (leite empedrado) e, posteriormente, uma inflamação. Por ser um ambiente propício para a proliferação de bactérias, também pode resultar numa infecção. 

Se não tratada de forma precoce, a mastite pode evoluir para um abscesso, com presença de pus, que normalmente precisa ser drenado cirurgicamente, e ainda representa um risco de causar infecção generalizada.

Essa condição pode ser desencadeada por uma série de fatores, principalmente por:

  • Fissuras nos mamilos (principalmente por pega errada na amamentação);
  • Maior espaçamento de tempo entre as mamadas;
  • Desmame abrupto;
  • Uso de bicos artificiais;
  • Uso de sutiãs inadequados;
  • Tabagismo;
  • Estresse e cansaço;
  • Envelhecimento natural da mama, em especial na menopausa.

Se a mãe estiver muito cansada ou estressada, não mantiver uma boa alimentação, usar roupas muito apertadas ou carregar muito peso, ela também fica mais suscetível ao surgimento dessa condição.

Há também os casos de mastite crônica, ainda que raros, mas que podem acometer inclusive homens e crianças e tem como principais fatores de risco a baixa imunidade, predisposição ao problema e diversas doenças, como diabetes, tuberculose, herpes, lúpus, e outras. A mastite crônica não apresenta infecção e é mais comum em mulheres entre 40 e 50 anos.

Quais são os sintomas da mastite?

Na maioria das vezes, o problema atinge apenas uma das mamas e pode apresentar os seguintes sintomas na região:

  • Vermelhidão;
  • Sensibilidade;
  • Inchaço;
  • Dor intensa;
  • Endurecimento;
  • Sensação de calor;
  • Coceiras;
  • Pequenos cortes ou feridas no mamilo.

Também são sintomas comuns da mastite, febre acima de 38°, calafrios, sensação de mal-estar, dores no corpo, náuseas e vômitos.

O diagnóstico da mastite geralmente é bastante simples, feito por um mastologista (médico especialista na saúde das mamas) que avalia os sintomas e solicita alguns exames. Quando há suspeita de infecção, o médico também pode pedir a análise do leite materno ou da secreção que pode estar sendo excretada pela mama, para identificar a presença de bactérias. Em alguns casos, pode ser necessária a realização de biópsia (retirada de uma pequena amostra de tecido para análise em laboratório), a fim de descartar a possibilidade de se tratar de um câncer de mama.

O tratamento varia de acordo com o quadro, o que pode envolver desde analgésicos, anti-inflamatórios e antibióticos até pequenas intervenções cirúrgicas. Geralmente, quando a mastite se dá por conta da amamentação, se entra com antibiótico por alguns dias e se faz a manutenção da prática de amamentar. Além disso, se recomenda que a mãe continue amamentando, pois ajuda no processo de recuperação, mas caso se torne uma prática demasiadamente dolorosa ou se o bebê se recusar a mamar no peito inflamado, é possível tirar o leite manualmente ou com a bomba. 

Ademais, alguns cuidados simples podem ajudar no alívio dos sintomas e na recuperação:

  • Aplicar compressas quentes nas mamas ou tomar banho quente;
  • Massagear a mama com movimentos circulares e suaves na região afetada;
  • Beber em torno de 2 litros de líquidos por dia, como água, chás e água de coco.

Quando se trata da mastite crônica, antes de tudo, se deve identificar a causa da inflamação para estabelecer o tratamento mais eficaz, que pode ser por meio analgésicos, antifúngicos, corticoides e imunossupressores.

É importante ter em mente que buscar o diagnóstico correto e iniciar o tratamento assim que surgirem os sintomas da mastite é fundamental, uma vez que, quando essa condição não recebe os devidos cuidados, chega a causar pus na mama e, em casos ainda mais avançados e graves, pode haver necrose do tecido mamário, e a paciente corre o risco de perder uma parte da mama.

Como evitar a mastite?

É possível reduzir as chances de desenvolver a mastite com alguns cuidados, que no caso das lactantes, consistem em:

  • Drenar totalmente os seios durante a amamentação;
  • Garantir que o bebê faça a pega correta e se mantenha na posição adequada durante as mamadas;
  • Extrair um pouco do leite com as mãos ou bombinha antes de amamentar pode ajudar;
  • Dar o peito acometido primeiro e depois passar para o outro, aproveitando que o bebê estará com mais fome e, assim, fará a sucção com mais força;
  • Amamentar com mais frequência, principalmente quando a mama estiver cheia de leite;
  • Variar de posição durante a amamentação;
  • Usar sutiã que propicie boa sustentação;

Quando não se trata de mastite puerperal, a principal forma de prevenção é tratar possíveis cortes ou feridas na região dos mamilos, a fim de evitar a entrada de bactérias.

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INFORMAÇÕES DO AUTOR:

Dr. Giuliano Tosello Mastologista que atua na prevenção, diagnóstico e tratamento do câncer de mama

Graduado em Medicina pela PUC Campinas.
Residência médica em Ginecologia e Obstetrícia e em Mastologia - Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP-SP

Doutorado em Saúde Baseada em Evidências pela Universidade Federal de São Paulo, UNIFESP.
Registro CRM-SP o nº 105484.