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Câncer de mama: diagnóstico precoce aumenta chance de cura?

Dr. Giuliano Tosello Mastologista que atua na prevenção, diagnóstico e tratamento do câncer de mama

Antes de tudo, é importante compreender que, para o câncer de mama, de forma geral, existem formas de prevenção e cura. Outro ponto fundamental é que não se pode ter medo de descobrir a doença, pois, o quanto antes isso acontecer, se facilita o processo de tratamento e pode fazer toda a diferença no resultado. Logo de início, vamos responder à pergunta: o diagnóstico precoce aumenta a chance de cura?

E a resposta é: sim, aumenta, e muito! Para ter uma ideia, se o tumor for detectado e tratado em fase inicial, a chance de cura pode chegar a 99%. Além disso, o diagnóstico precoce torna o tratamento menos agressivo, aumenta o índice de cura e reduz o risco de sequelas.

A detecção precoce pode ser conseguida por meio do rastreamento entre as mulheres assintomáticas, a fim de diagnosticar a doença o mais cedo possível, identificando casos em estágio inicial. Esse rastreamento consiste em:

  • Exame clínico das mamas de forma anual, que pode ser feito pelo médico ginecologista, mastologista ou profissional de saúde treinado;
  • Rastreamento mamográfico, mais conhecido como mamografia, também anual;
  • Autoexame das mamas, que deve ser feito todo mês e de preferência logo após a menstruação.

São consideradas mulheres de risco elevado para o câncer de mama aquelas que possuem ao menos um parente de primeiro grau e que antes dos 50 anos teve a doença; histórico familiar de câncer de mama bilateral ou de ovário em qualquer idade; histórico familiar de câncer de mama masculino; ou ainda quando apresenta o diagnóstico histopatológico de lesão mamária proliferativa com atipia ou neoplasia lobular in situ.

Nesses casos, a recomendação é realizar o exame clínico das mamas e a mamografia a partir dos 35 anos de idade.

Crenças populares e percepções equivocadas sobre o câncer de mama 

Existem algumas crenças em relação ao assunto, que não são verdadeiras, mas permeiam na cabeça de muitas mulheres e as fazem negligenciar os cuidados com a própria saúde e o cumprimento das recomendações preventivas mais básicas, como fazer os exames de rotina e ter o acompanhamento médico periódico.

Por exemplo, ainda se acredita que o câncer de mama se dá principalmente pelo fator hereditário. Ou seja, se nenhum outro membro da família teve a doença, dificilmente se acredita que a mulher desenvolverá o tumor. Entretanto, o câncer pode ser tanto de caráter hereditário quanto ocasional e, portanto, mulheres que não possuem ocorrência familiar também podem ser afetadas.

Outra questão importante é que ainda surgem dúvidas em relação ao exame de mamografia. Em qualquer circunstância, a mulher deve considerar que:

  • O rastreamento feito pela mamografia tem o intuito de detectar um possível câncer de mama de forma precoce e evitar cirurgias desnecessárias. Ele deve ser realizado a partir dos 40 anos de idade, para mulheres assintomáticas, e, caso haja histórico familiar da doença, a recomendação é fazer a partir dos 35 anos anualmente.
  • Ainda que o exame de mamografia gere uma exposição à radiação, quando isso acontece em pequenas doses, não apresenta riscos à saúde. Ademais, o nosso corpo tem a capacidade de substituir as células que podem ter sofrido alguma alteração ou eventualmente foram destruídas.
  • A ultrassonografia das mamas é um exame complementar e que antecede a mamografia.
  • Mulheres que possuem prótese de silicone também devem fazer a mamografia com periodicidade, uma vez que esse é o melhor e mais prático exame de rastreamento. 

Verdades sobre o câncer de mama e diagnóstico precoce

O simples fato de ser mulher já é um fator de risco para desenvolver o câncer de mama, portanto, vale se atentar às formas de autocuidado e autoconhecimento. Isso pode ser feito conhecendo a história da própria família em relação à doença, assim como, adotando hábitos saudáveis no dia a dia, principalmente por meio de uma alimentação equilibrada e a prática de atividades físicas, além de conhecer melhor as próprias mamas.

Com a palpação das mamas, axilas e fossas claviculares, mais conhecidas como “saboneteiras”, sempre após a menstruação e com frequência, é possível identificar mais facilmente quaisquer alterações que possam surgir e, consequentemente, contribui para a detecção precoce. Mas, vale ressaltar que o autoexame não substitui os exames realizados por profissionais.

No exame clínico das mamas, podem ser identificadas lesões a partir de 1cm e também possíveis secreções nos mamilos, como sangue ou líquido translúcido, que podem ser um dos primeiros sintomas da patologia. 

Dentre as principais mudanças na mama que a mulher precisa se atentar estão:

  • Vermelhidão, abaulamento ou retração da pele;
  • Descamação da pele do mamilo ou aréola;
  • Inversão do mamilo (quando essa não é uma característica natural);
  • Ulcerações;
  • Nódulos palpáveis endurecidos ou fixos, que podem surgir na mama ou axila;
  • Espessamentos palpáveis;
  • Secreções suspeitas (com sangue ou transparente).

Aparecendo qualquer um desses sintomas, se deve procurar um médico o quanto antes para obter um diagnóstico preciso.

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INFORMAÇÕES DO AUTOR:

Dr. Giuliano Tosello Mastologista que atua na prevenção, diagnóstico e tratamento do câncer de mama

Graduado em Medicina pela PUC Campinas.
Residência médica em Ginecologia e Obstetrícia e em Mastologia - Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP-SP

Doutorado em Saúde Baseada em Evidências pela Universidade Federal de São Paulo, UNIFESP.
Registro CRM-SP o nº 105484.