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Quando fazer a mamografia?

Dr. Giuliano Tosello Mastologista que atua na prevenção, diagnóstico e tratamento do câncer de mama

A mamografia é um exame não invasivo, realizado para o processo de diagnóstico do câncer de mama. Basicamente, o exame consiste na captura de imagens do seio feminino pelo mamógrafo, que, por sua vez, é um aparelho que utiliza a mesma radiação do raio-x tradicional. Entretanto, na mamografia, os feixes são projetados de acordo com a anatomia da mama.

Ainda que a mamografia sirva para detectar tumores malignos na mama, na maioria dos casos, somente esse exame não é o suficiente para determinar a presença do câncer, necessitando de outras etapas para a conclusão do diagnóstico. Geralmente, também são solicitados a biópsia e outros exames de imagem mais específicos.

A realização da mamografia é bastante simples. Não há a necessidade de preparo algum pela paciente, que apenas é orientada a não ir de vestido, uma vez que a parte de cima da roupa terá de ser removida de modo temporário para o exame. 

Então, o seio é devidamente posicionado no mamógrafo, o qual é composto de duas placas que se encontram, sendo pressionado por alguns segundos, a fim de produzir as imagens que sairão registradas numa chapa. 

Os resultados da mamografia são analisados pelo mastologista, médico especialista na saúde das mamas, que, por meio da escala chamada BI-RADS, poderá interpretar os achados das imagens. Dentre as sete categorias dessa escala, o laudo pode apontar desde uma condição normal a tumores benignos ou malignos. Também há a possibilidade do resultado ser inconclusivo, o que exigem novas investigações.

Quando fazer a mamografia?

Atualmente, existe uma polêmica sobre esse ponto, pois alguns órgãos competentes divergem de opinião e defendem pontos de vista diferentes. 

Enquanto a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) e a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) apontam a necessidade de todas as mulheres realizarem o exame anualmente a partir dos 40 anos de idade, o governo dos Estados Unidos, por exemplo, sugere começar a partir dos 45 anos.

Já o Inca (Instituto Nacional do Câncer) alega que o rastreamento deve começar a ser feito somente entre os 50 e 69 anos de idade, com a realização da mamografia a cada dois anos quando não houver qualquer alteração suspeita. Segundo a instituição, isso é para evitar a possibilidade de sobrediagnóstico e resultados falso-positivos, que poderiam levar a paciente a passar por procedimentos cirúrgicos e tratamentos desnecessários. 

Portanto, o mais recomendado é conversar com o médico, que deverá levar em conta o histórico familiar da paciente, ou seja, se existem casos da doença na família, e outras características pessoais, a fim de determinar um plano de rastreamento mais adequado para cada caso.

Cuidados e contraindicações

De maneira geral, a mamografia não é realizada em gestantes e lactantes, exceto em casos extremos, quando existe a suspeita de que a mulher tenha desenvolvido o câncer de mama durante a gravidez ou amamentação. 

Em circunstâncias normais, para checar a saúde das mamas, quem está grávida ou amamentando pode ser submetida a outros exames, como ultrassom e ressonância magnética. 

Além disso, mulheres que colocaram prótese de silicone nas mamas devem esperar ao menos seis meses para fazer a mamografia. E a mulher que tenha passado por algum procedimento com uso de contraste venoso precisar aguardar dois dias para realizar o exame.

Infelizmente, ainda circulam na internet diversos mitos em torno da mamografia, deixando muitas mulheres inseguras para realizar o exame, fazendo com que, muitas vezes, elas acabem perdendo a chance de diagnosticar um tumor em fase inicial, além de poder passar por um tratamento menos agressivo e contar com uma maior probabilidade de cura. 

Portanto, vale lembrar que:

  • O risco de câncer radioinduzido por conta dos exames é extremamente baixo e, portanto, não supera os benefícios de um diagnóstico precoce.
  • A realização da biópsia no nódulo não leva ao desenvolvimento do câncer de mama;
  • Mulheres com seios maiores e mais densos precisam de um olhar mais atento, uma vez que o tecido mamário pode dificultar a visualização do mamógrafo.
  • Apesar de não existir rastreamento de câncer de mama para homens, eles também podem fazer a mamografia em caso de suspeita, por queixas ou presença de nódulo.

Por fim, é importante ter em mente que o câncer de mama é o segundo tipo mais comum da doença entre as brasileiras. E somente a mamografia tem a capacidade de traçar o diagnóstico precoce em mulheres assintomáticas, o que está diretamente ligado às chances de cura. 

Quando a mulher não faz o rastreamento, ela fica à mercê do achado ocasional do nódulo, que geralmente só é perceptível quando ele atinge cerca de dois a três centímetros, ou seja, já se encontra num estágio mais avançado. Por isso, a recomendação geral é não adiar a realização do exame sempre que for solicitado pelo médico, além de cumprir as orientações do profissional quanto à sua periodicidade.

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INFORMAÇÕES DO AUTOR:

Dr. Giuliano Tosello Mastologista que atua na prevenção, diagnóstico e tratamento do câncer de mama

Graduado em Medicina pela PUC Campinas.
Residência médica em Ginecologia e Obstetrícia e em Mastologia - Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP-SP

Doutorado em Saúde Baseada em Evidências pela Universidade Federal de São Paulo, UNIFESP.
Registro CRM-SP o nº 105484.