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Entenda a diferença entre nódulos e cistos mamários

Dr. Giuliano Tosello Mastologista que atua na prevenção, diagnóstico e tratamento do câncer de mama

Durante o autoexame das mamas, é bastante comum as mulheres sentirem pequenos caroços e ficarem preocupadas com a possibilidade de se tratar de câncer de mama. Antes de tudo, é importante saber que em torno de 90% dos caroços detectados nas mulheres em idade reprodutiva são benignos, ou seja, tratam-se de nódulos ou cistos que não representam risco à saúde. Portanto, vale manter a calma nesse primeiro momento.

Mas qual a diferença entre nódulos e cistos mamários?

Os nódulos são pequenas protuberâncias sólidas, em formato redondo, que geralmente aparecem numa determinada região da mama bem delimitada e podem ser sentidos ao toque da pele.  Na grande maioria dos casos, os nódulos não se disseminam para outros tecidos do corpo. Mas, quando isso acontece, pode ser um indicativo de tumor maligno e, portanto, se deve buscar uma avaliação médica o quanto antes.

De forma geral, os nódulos possuem diâmetros maiores do que 1cm e menores do que 3cm, enquanto aqueles com tamanhos maiores são chamados de tumores, que normalmente têm a sua protuberância visível.

Os cistos mamários, por sua vez, têm características semelhantes aos nódulos, com a principal diferença de que eles não são sólidos, mas geralmente são preenchidos por algum líquido, como sangue, pus ou outros fluidos, ou ocos, contendo ar no seu interior. 

Basicamente, existem dois principais tipos de cistos, os que contêm células no seu interior e os que não contêm. Eles podem surgir em qualquer região do corpo, sendo bastante comum no tecido mamário. No primeiro tipo, de maneira geral, se recomenda que o paciente passe pelo procedimento de retirada do cisto, uma vez que ele pode se transformar num tumor maligno. Já no segundo tipo, a retirada não é necessária, uma vez que não há risco de virar câncer. Mas, ainda assim, ele pode ser esvaziado.

Diagnóstico e retirada

No caso dos nódulos, como a grande maioria se trata de uma condição benigna, eles podem ser retirados se houver algum incômodo por parte da paciente ou alguma suspeita que mereça uma análise mais aprofundada, sendo essa uma decisão a ser tomada pelo médico de acordo com algumas características do nódulo, como a sua localização e taxa de crescimento.

Em relação aos cistos, não é possível fazer o exame de biópsia sem antes realizar um ultrassom, uma vez que pode acontecer dele ser rompido durante o procedimento e ter o seu líquido vazado para outras regiões do corpo, o que dificulta o processo de diagnóstico. Com a ultrassonografia, é possível realizar o esvaziamento do cisto por punção aspirativa ou fazer a biópsia em paralelo, guiada pelas imagens do exame, a fim de evitar complicações.

O procedimento de retirada do nódulo benigno da mama é chamado de nodulectomia, também conhecida como exérese do nódulo mamário, que, além de retirar a lesão, tem o propósito de causar o menor dano possível, tanto no âmbito estético quanto funcional da mama.

Essa cirurgia normalmente é feita com anestesia local e consiste num corte, ou incisão, com abertura dos tecidos até a lesão, que, por sua vez, será pinçada e retirada do tecido mamário. Então, se faz uma hemostasia, para interromper o sangramento, e se finaliza com alguns pontos para a junção dos tecidos da mama. 

Por que surgem os nódulos e cistos mamários?

As células do corpo estão sempre se regenerando e, dentro delas, existe um gene responsável pela divisão celular, que é fundamental no processo de cicatrização. Quando ocorre um descontrole, por conta de um erro no processo, as células passam a se dividir de forma desenfreada e, com isso, são formadas as lesões, que podem ser nódulos ou cistos, não só na mama, mas em outras áreas do corpo.

Também pode acontecer delas aparecerem devido a um quadro de infecção, pré-disposição genética ou algum tipo de agressão sofrida pelo organismo. E, como dificilmente essas lesões se tornam malignas, na grande maioria dos casos, é possível conviver com elas e algumas vezes podem até desaparecer sozinhas.

Principais tipos de lesões na mama

Além dos cistos, os principais nódulos que podem acometer as mamas são:

  • Fibroadenoma: Estima-se que em torno de 30% das mulheres irão desenvolver esse tipo de lesão, que é a mais frequente, principalmente no período da puberdade. São tumores benignos que se apresentam firmes, elásticos, com bordas regulares e lisas. Podem variar de tamanho conforme o ciclo menstrual, com tendência a aumentar na gestação e amamentação e diminuírem na menopausa.
  • Tumor phyllodes: tem as mesmas características do fibroadenoma, mas com dimensões superiores e crescimento rápido.
  • Fibroadenoma juvenil: possui o mesmo aspecto do tumor phyllodes, mas surge na mulher logo após a menarca.
  • Neoplasias malignas: nódulo endurecido, com limites indefinidos e aderido a estruturas adjacentes, podendo apresentar alteração cutânea, fluxo papilar suspeito, linfadenomegalia axilar e supraclavicular. É uma condição que raramente aparece em mulheres abaixo dos 30 anos, aumentando a sua incidência conforme o avanço da idade. 

Ficou com alguma dúvida sobre esse assunto ou precisa passar por uma avaliação médica? Entre em contato e agende a sua consulta.

INFORMAÇÕES DO AUTOR:

Dr. Giuliano Tosello Mastologista que atua na prevenção, diagnóstico e tratamento do câncer de mama

Graduado em Medicina pela PUC Campinas.
Residência médica em Ginecologia e Obstetrícia e em Mastologia - Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP-SP

Doutorado em Saúde Baseada em Evidências pela Universidade Federal de São Paulo, UNIFESP.
Registro CRM-SP o nº 105484.